Arquivo de Março, 2011

Kamala Das

Kamala Das

Kamala Das

É uma das escritoras indianas mais admiradas e controversas da actualidade. O seu talento poético valeu-lhe um reconhecimento incontestado, mas a sinceridade com que denuncia o lado hipócrita da sociedade conservadora indiana, pondo em causa as tradições, o Hinduísmo e o papel atribuído à mulher no seu país, condenou-a à crítica e à ostracização. Tem inúmeros romances publicados, bem como colectâneas de poesia e contos. Foi agraciada com vários prémios literários, entre eles o Prémio PEN de poesia. “A Minha História” é um marco no seu percurso literário e no âmbito mais alargado da literatura feminista. (via presenca.pt)

No dia em que festeja o seu 77.º aniversário, destacamos Kamala Das.

Bibliografia de Kamala Das

Vasco Gato

“a morte é uma coisa muito pouca
em nada se compara ao crescimento das constelações
a morte não respira nem se expande desde o centro
como fazem as estações desde o coração da terra

e assim eu sei que um sorriso é precioso
porque respira e alarga-se dentro dos olhos
e quando chega ao lugar em que a mão se abre
é já uma forma de sossego uma lua coberta de luar
um modo certo de trocar nomes em dias de excepção.”

(in “Um Mover de Mão”, Assírio e Alvim, 2000)

Vasco Gato

Vasco Gato

Poeta português da vaga dos anos noventa e que se está a impor na literatura moderna portuguesa. Começou por frequentar o curso de Economia, acabando por trocá-lo pelo de Filosofia. A sua grande estreia e revelação deu-se com a publicação de «Um Mover de Mão». Integrou a antologia da nova poesia portuguesa «Anos 90 e Agora» e traduziu a obra «Noites de Atropelo» de Mark Kozelek. (via nescritas.com)

No dia em que faz 33 anos, damos os parabéns e destacamos Vasco Gato.

Bibliografia de Vasco Gato

Ernst Jünger

“A vontade é cega, a dor é míope.”

Ernst Jünger

Ernst Jünger

Entomologista, viajante infatigável, romancista, ensaísta, pensador maior das letras alemãs do século XX, morreu aos 103 anos de idade. Combateu também na Primeira Grande Guerra, onde foi ferido por diversas vezes, o que lhe valeu algumas condecorações por bravura. Finda a guerra, serviu como oficial no exército da República de Weimar, entre 1919 e 1923.

Chegou a Berlim no ano de 1927, onde presenciou com agrado a ascensão do Nacional-Socialismo, dando o seu aval ao pensamento nietzscheano e professando doutrinas antisemíticas em publicações nacionalistas. O destino reservou-lhe porém uma ironia, pois apaixonou-se por uma mulher judia, o que fez com fosse lentamente mitigando o seu antisemitismo. E, em consequência de um incidente com Else Lasker-Schüler que, galardoada com um prémio literário, em 1932, foi arrasada pela imprensa nacional-socialista e espancada até perder os sentidos pelas SA, Jünger optou por abandonar Berlim no ano seguinte.

Tido como um dos precursores do chamado “realismo mágico”, foi honrado com títulos académicos e galardoado com vários prémios, incluindo o Prémio Goethe, antes de falecer em 1998. (via Infopédia)

Quando passam 116 anos do seu nascimento, recordamos Ernst Jünger.

Bibliografia de Ernst Jünger

Alexandre Herculano

Somos uma Nação que se Regenera

«Que somos nós hoje? Uma nação que tende a regenerar-se; diremos mais, que se regenera. Regenera-se, porque se repreende a si própria; porque se revolve no lodaçal onde dormia tranquila; porque se irrita da sua decadência, e já não sorri sem vergonha ao insultar de estranhos; porque principia, enfim, a reconhecer que o trabalho não desonra, e vai esquecendo as visagens senhoris de fidalga. Deixai passar essas paixões pequenas e más que combatem na arena política, deixai flutuar à luz do sol na superfície da sociedade esses corações cancerosos que aí vedes; deixai erguerem-se, tombar, despedaçarem-se essas vagas encontradas e confusas das opiniões! Tudo isto acontece quando se agita o oceano; e o mar do povo agita-se debaixo da sua superfície. O sargaço imundo, a escuma fétida e turva hão-de desparecer. Um dia o oceano popular será grandioso, puro e sereno como saiu das mãos de Deus. A tempestade é a precusora da bonança. O lago asfaltite, o Mar Morto, esse é que não tem procelas.
O nosso estrebuchar, muitas vezes colérico, muitas mais mentecapto e ridículo, prova que a Europa se enganava quando cria que esta nobre terra do último ocidente era o cemitério de uma nação cadáver. Vivemos; e ainda que semelhante viver seja o delírio febril de moribundo, esta situação violenta, aos olhos dos que sabem ver, é uma crise de salvação, posto que dolorosa, e lenta. Confiemos e esperemos; o nome português não foi riscado do livro dos eternos destinos.»

Alexandre Herculano

Alexandre Herculano

Foi, além de um dos mais importantes escritores portugueses do século XIX, o renovador do estudo da História de Portugal. A sua obra, em toda a extensão e diversidade, ostenta uma profunda coerência, obedecendo a um programa romântico-liberal que norteou não apenas o seu trabalho, mas também a sua vida. Obras como, “A Harpa do Crente”, “Lendas e Narrativas”, “O Bobo”, “Eurico, o Presbítero”, ou “O Monge de Cister”, continuam hoje a ser lidas pelas diferentes gerações de leitores e estudiosos.

No 201.º aniversário do seu nascimento, recordamos Alexandre Herculano.

Bibliografia de Alexandre Herculano

Stanisław Lem

“O homem esquece que a alta tecnologia não exclui a crença religiosa.”

Stanisław Lem

Stanisław Lem

Chegou a ser o autor de ficção científica mais lido no mundo, facto raro para alguém que não escreve em inglês. Escreveu sobre a impossibilidade de comunicação entre humanos e civilizações extraterrestres e sobre o futuro tecnológico da humanidade e desenvolveu ideias de uma sociedade ideal e utópica, explorando os problemas relacionados com a existência humana, num mundo onde o progresso suprime todo o esforço.

Tendo sido activo resistente anti-nazi na altura da ocupação alemã, foi depois censurado, devido às suas divergências políticas, no seu país, de onde se exilou algum tempo em Berlim e Viena, durante a dominação do regime soviético, mas foi também banido da “Science Fiction and Fantasy Writers of America”, por ter criticado a fraca qualidade da literatura de ficção científica norte-americana, que considerava estar essencialmente interessada pela rentabilidade comercial. Os seus livros, de que “Solaris” é o mais conhecido, construídos em torno de uma visão crítica do comportamento humano, foram traduzidos em 57 línguas e venderam mais de 45 milhões de exemplares.

Trata-se, sem dúvida, de um dos grandes mestres contemporâneos deste género literário que, passados 5 anos da sua morte, hoje destacamos.

Bibliografia de Stanisław Lem

Patrick Süskind

“…as pessoas podem fechar os olhos diante da grandeza, do assustador, da beleza, e podem tapar os ouvidos diante de uma melodia ou de palavras sedutoras. Mas não podem escapar ao aroma. Pois o aroma é um irmão da respiração, penetra nas pessoas, elas não podem escapar-lhe caso queiram viver. E bem para dentro delas é que vai o aroma, directamente para o coração, distinguindo lá categoricamente entre atracção e repulsa, horror e prazer, amor e ódio. Quem dominasse os odores dominaria o coração das pessoas.”

(in “O Perfume”, de Patrick Süskind)

Patrick Süskind

Patrick Süskind

Visto como um genial criador de histórias e ambientes, mas simultaneamente como controverso e “estranho”, escreve essencialmente contos, embora tenha tido também uma experiência ocasional, mas muito interessante, como dramaturgo e é ainda guionista de televisão e ensaísta. Com uma personalidade muito reservada e socialmente retraída, evita quaisquer eventos mediáticos e vive de forma muito austera. Confessa que desistiu, em jovem, de uma sonhada carreira musical devido a uma pequena deficiência física, aventurando-se então como contista e guionista.

É mundialmente conhecido pela famosa obra “O Perfume”, o seu primeiro romance, editado, pela primeira vez, em 1985, muito apreciado pela crítica e várias vezes premiado, considerado o livro da década de 80 na Alemanha e do qual foram vendidos cerca de 20 milhões de exemplares, em quarenta línguas. A obra, que foi publicada inicialmente em capítulos, com grande êxito, no jornal Frankfurter Allgemeine Zeitung, fazendo reviver a tradição dos folhetins, veio a ser convertida ao cinema em 2006, por Tom Tykwer, com um elenco de celebridades, tais como Dustin Hoffman e Alan Rickman.

Hoje, quando completa 62 anos, destacamos este autor alemão.

Bibliografia de Patrick Süskind

Novalis

“Ao homem é lícito desejar as coisas sensíveis de maneira racional, enquanto à mulher é lícito desejar as coisas racionais de maneira sensível… A natureza secundária do homem é a principal da mulher.”

Novalis

Novalis

Os seus 29 anos de vida são dominados pelo amor a Sophie von Kühn, cuja morte em 1797, com apenas 15 anos, influenciará a sua obra, alimentando a densa nostalgia romântica de “Os Hinos à Noite”.

Além de poeta mágico e, provavelmente, devido aos seus reconhecidos conhecimentos enciclopédicos, o autor relacionou permanentemente a poesia com a natureza, com a vida e com a filosofia.

A sua obra encontrava-se praticamente toda inacabada e por publicar na altura da sua morte. De qualquer forma, os seus escritos foram recuperados, encontrando-se entre eles, além de tentativas literárias juvenis de interesse menor, um conjunto muito significativo de textos líricos e narrativos e, mesmo ensaísticos, plenos de simbolismo e interesse filosófico. A própria variedade das suas realizações constitui prova de se tratar de uma figura excepcional. As suas obras terão influenciado uma série de gerações de autores alemães, como Joseph von Eichendorff, Rainer Maria Rilke, Herman Hesse e Thomas Mann.

Quando passam 210 anos da sua morte, relembramos Novalis.

Bibliografia de Novalis

Quim Monzó

Quim Monzó

Quim Monzó

É um dos principais ficcionistas da actual literatura catalã. Tem-se afirmado sobretudo como contista e como cronista, embora tenha publicado também três romances, bem recebidos pela crítica e pelo público. Além disso, é autor de letras de canções, guionista e tradutor.

Colaborou em diversos diários e, actualmente, publica uma coluna quotidiana no diário La Vanguardia. As suas colaborações na rádio e na televisão catalãs, desde os anos 80, contribuíram para torná-lo um dos autores catalães mais populares.

Vencedor de inúmeros prémios literários, entre eles, do Prémio Nacional de Ficção, do Prémio Cidade de Barcelona (para ficção), do Prémio Prudenci Bertrana (para ficção), do Prémio El Temps (para melhor romance), do Prémio Lletra d’Or Prize e do Prémio Escritores da Catalunha, entre outros.

No dia em que festeja o seu 59.º aniversário, destacamos Quim Monzó.

Bibliografia de Quim Monzó

Moacyr Scliar

“Acredito, sim, em inspiração, não como uma coisa que vem de fora, que “baixa” no escritor, mas simplesmente como o resultado de uma peculiar introspecção que permite ao escritor acessar histórias que já se encontram em embrião no seu próprio inconsciente e que costumam aparecer sob outras formas — o sonho, por exemplo. Mas só inspiração não é suficiente”.

Moacyr Scliar

Moacyr Scliar

Autor de uma vasta obra (romance, conto, ensaio), recebeu já vários prémios e está traduzido em mais de uma dezena de línguas. “O Centauro no Jardim”, “A Orelha de Van Gogh” (contos, Prémio Casa de las Americas), “Sonhos Tropicais”, “Contos Reunidos”, “A Paixão Transformada: História da Medicina na Literatura” e “A Mulher Que Escreveu a Bíblia” são alguns dos títulos que compõem a sua vasta obra.

Foi eleito membro da Academia Brasileira de Letras em 2003 e foi distinguido com o prémio Jabuti, o mais importante da literatura brasileira, em 1988, 1993, 2000 e 2009, o último dos quais pela obra “Manual da paixão solitária”, a última que escreveu.

Faleceu no dia 27 de Fevereiro deste ano. Se fosse vivo, faria hoje 74 anos. Falamos de Moacyr Scliar.

Bibliografia de Moacyr Scliar

Arquitectura sem fronteiras

‘Arquitectura derrubando fronteiras’ é uma obra de natureza científica, tratando-se de um estudo original e aprofundado, abrangendo, a formação do arquitecto ao longo da história em Portugal e no Brasil; os desafios introduzidos pela Arquitectura Bioclimática e pela Arquitectura Sustentável e o novo arquitecto europeu face à reforma do ensino superior da Arquitectura, segundo a recente adesão de Portugal ao Processo de Bolonha.

‘Arquitectura sem fronteiras’ é a primeira auto-publicação da arquitecta Carla Valéria, através do Sítio do Livro, que privilegiando sempre as condições e os objectivos que constituíram o enquadramento científico e temporal da dissertação, disponibiliza, a todos os interessados, uma obra técnica, com uma natureza científica inegável.

Morreu, hoje, Artur Agostinho. Tinha 90 anos.

Artur Agostinho

Artur Agostinho

Bibliografia de Artur Agostinho

António Quadros

“Há fundadas razões para esperar que as novas gerações, libertas de complexos e avisadas pelo fracasso da cultura estrangeira e internacionalista que domina as superstruturas e os seus poderes em vários planos, consigam inflectir a tendência autodestrutiva, a tempo de salvarem esta velha e nobre pátria da queda no anonimato histórico, ou num provincianismo onde só restariam alguns tipismos regionais sem dimensão nacional.”

(In “O Jornal”, 1986, entrevista a Fernando Dacosta)

António Quadros

António Quadros

Pensador, crítico e professor, também poeta e ficcionista, foi um dos fundadores da extinta Sociedade Portuguesa de Escritores. Fundou a actual Associação Portuguesa de Escritores e o Instituto de Arte, Decoração e Design (IADE).

Da sua vasta e diversificada bibliografia destacam-se “A Existência Literária”, “O Movimento do Homem”, “Ficção e Espírito” e os dois volumes de “Portugal Razão e Mistério”.

Recebeu diversos prémios pela sua actividade literária e colaborou em diversos jornais, como o Diário de Notícias, Diário Popular, Jornal de Letras, bem como nas revistas Ler, Rumo, Persona, Colóquio, Contravento, Litoral, Atlântico, etc.

Traduziu Albert Camus, André Maurois, Jean Cocteau e Georges Duhamel. Quando passam 18 anos da sua morte, destacamos António Quadros.

Bibliografia de António Quadros

Alice Vieira

Alice Vieira

Alice Vieira

Não podíamos deixar de também felicitar e distinguir Alice Vieira, que hoje cumpre 68 anos. Sem dúvida, uma das mais populares e premiadas autoras portuguesas de literatura infanto-juvenil, tem a sua obra traduzida para várias línguas e ganhou grande projecção internacional. Licenciada em Germânicas, iniciou-se em 1958 como jornalista no Diário de Lisboa e publicou, desde então, várias dezenas de livros.

Bibliografia de Alice Vieira

David Malouf

David Malouf

David Malouf

Destacámos hoje, quando perfaz 77 anos, um escritor australiano, professor de literatura inglesa e com uma vivência muito cosmopolita, cuja obra, premiada inúmeras vezes, no seu país e internacionalmente, inclui romances, novelas, contos, teatro, poesia e libretos de ópera, além de uma autobiografia. Os seus livros mais famosos e traduzidos para Português são “Recordando a Babilónia” e “Uma Vida Imaginária”.

Bibliografia de David Malouf

Philip Roth

Philip Roth

Philip Roth

Celebra-se, também hoje, o 78.º aniversário deste escritor norte-americano, de origem judia, um dos mais populares e premiados da actualidade literária e que muitos o consideram o melhor romancista do momento. Títulos como “A Conspiração Contra a América”, “O Complexo de Portnoy”, “Pastoral Americana”, ou “Casei com um Comunista”, entre vários outros, valeram-lhe a raríssima distinção de ver a sua obra publicada numa colecção completa e definitiva pela Library of America.

Foi recentemente condecorado por Barack Obama, juntamente com outros artistas seus compatriotas, pela sua “contribuição para as letras americanas”, tendo Obama afirmado na ocasião que “um dos grandes prazeres de ser presidente é ter a oportunidade de homenagear artistas, poetas e intérpretes que nos tocaram e abriram os nossos espíritos.” Crítico feroz do anterior presidente americano, chegou a dizer de Bush, quando candidato ao cargo, que “não tem capacidade para dirigir nem um armazém de secos e molhados, quanto mais este país”.

Eremita e muito reservado na sua forma de vida, revelou-se céptico sobre o “futuro pouco brilhante dos livros, no mundo tecnológico contemporâneo.”

Bibliografia de Philip Roth

Irving Wallace

“Ser o que se é e sem medo de, se bem ou mal, é mais admirável que a cobardia fácil da submissão à conformidade.”

Irving Wallace

Irving Wallace

Autor de vários romances premiados, dos quais o mais famoso será “O Prémio”, e muitos deles convertidos ao cinema, escreveu também algumas obras notáveis de não-ficção, incluindo várias edições do “The People’s Almanac” e “The Book of Lists”. “Uma das características mais marcantes das suas narrativas é o modo como costumava desmembrar os enredos, muito diversificados, oferecendo ao leitor várias possibilidades interpretativas.” Começou a sua carreira como repórter e jornalista, em publicações de gabarito, como o “The Saturday Evening Post”, a “Cosmopolitan” ou a “Esquire and Collier” e continuou como argumentista de cinema, em Hollywood.

O seu primeiro grande êxito literário foi “O Relatório Chapman” (1960) e os livros que se lhe seguiram mereceram muita popularidade, mercê da conjunção hábil de ingredientes como o sexo, a alta finança e o antagonismo anti-soviético, muito em voga na altura.

Destacamo-lo, na data em que cumpriria 95 anos.

Bibliografia de Irving Wallace

António Nobre

À Luz da Lua!

“Iamos sós pela floresta amiga,
Onde em perfumes o luar se evola,
Olhando os céus, modesta rapariga!
Como as crianças ao sair da escola.

Em teus olhos dormentes de fadiga,
Meio cerrados como o olhar da rola,
Eu ia lendo essa ballada antiga
D’uns noivos mortos ao cingir da estola…

A Lua-a-Branca, que é tua avozinha,
Cobria com os seus os teus cabellos
E dava-te um aspeto de velhinha!

Que linda eras, o luar que o diga!
E eu compondo estes versos, tu a lel-os,
E ambos scismando na floresta amiga…”

António Nobre

António Nobre

Poeta que se insere numa estética decadentista/simbolista, renovando o romantismo de Garrett e anunciando o modernismo de Sá-Carneiro, foi figura dominante do grupo Boémia Nova.

A tuberculose, que cedo o atacou, forçou-o a uma vida de peregrinação pela Suiça, Inglaterra e Madeira, acabando por morrer precocemente, o que não impediu que o seu nome figurasse entre os grandes poetas da literatura portuguesa de todos os tempos, levando Fernando Pessoa a afirmar: “Ele foi o primeiro a pôr em europeu este sentimento português das almas e das coisas, que tem pena de que umas não sejam corpos, para lhes poder fazer festas, e de que outras não sejam gente, para poder falar com elas”. (inhttp://www.bragancanet.pt/)

É na solidão do seu quarto da Rue des Écoles que escreverá muitos dos poemas que integrarão o “Só”, publicado em Paris em 1892, pelo editor dos poetas simbolistas, Léon Vanier. A obra é mal acolhida em Portugal, com excepção de alguns amigos, mas quando o livro é reeditado seis anos depois, as reacções já são mais favoráveis. Hoje, faz-se-lhe finalmente justiça e “Só” está entre os livros maiores da literatura portuguesa. “Só” é um retrato do país em fins do séc. XIX, em especial do Norte (Douro e Minho), feito com grande ironia.

Quando passam 111 anos da sua morte, relembramos António Nobre.

Bibliografia de António Nobre

 

Selma Lagerlöf

«A cultura é tudo o que resta depois de se ter esquecido tudo o que se aprendeu.»

Selma Lagerlöf

Selma Lagerlöf

Escritora sueca, detentora do primeiro prémio Nobel de Literatura atribuído a uma mulher. É considerada uma das mais importantes escritoras da viragem do século XIX para o século XX.

A sua bibliografia inclui obras importantes, algumas traduzidas em português: “A Lenda de Gösta Berling” (o seu romance de estreia, 1891), “O Exilado”, “Histórias Maravilhosas”, “O Livro das Lendas”, “O Cocheiro da Morte e outras novelas fantásticas”, Infância e, claro, “O Imperador de Portugal”. Este último daria origem a um filme intitulado “A Torre das Mentiras” (realizado pelo sueco Victor Sjöström).

Militante das causas feministas e uma pacifista convicta, durante a II Guerra Mundial ajudou vários intelectuais alemães a fugirem conseguindo-lhes vistos suecos. A poetisa alemã Nelly Sachs foi por ela salva de ser colocada num campo de concentração. Como símbolo da sua contribuição, doou a sua medalha de ouro do prémio Nobel para os esforços nacionais de luta contra os Nazis.

Quando passam 71 anos da sua morte, relembramos Selma Lagerlöf.

Bibliografia de Selma Lagerlöf

Javier Marías

“(…) nenhum segredo pode ou deve ser guardado para sempre do conhecimento de toda a gente, é forçoso que encontre pelo menos um destinatário uma vez na vida, uma vez na vida desse segredo.
É por isso que algumas pessoas reaparecem.
É por isso que nos condenamos sempre por aquilo que dizemos. Ou por aquilo que nos dizem.”

(in ‘Todas as Almas’)

Javier Marías

Javier Marías

É um escritor, tradutor e editor espanhol, membro da Real Academia Espanhola. É considerado um dos romancistas mais relevantes da literatura espanhola contemporânea.

Desde 1971, já escreveu mais de trinta obras, entre romances, ensaios e colectâneas de artigos e contos que incluem títulos tão conhecidos como, “Vidas Escritas”, “O Homem Sentimental”, “O Teu Rosto Amanhã” e “Todas as Almas”.

É considerado um dos escritores vivos mais importantes da língua castelhana. Os seus artigos de imprensa têm tido grande influência na cultura tanto em Espanha como na América Latina, sendo publicados em jornais tais como El País, El Semanal e na revista mexicana Letras Libres.

Em 1997, recebeu o Prémio Nelly Sachs, recentemente ganhou o Prémio Nonino em Itália e foi agora distinguido com o Prémio Austríaco de Literatura Europeia pelo conjunto da sua obra. O Prémio Austríaco de Literatura Europeia já havia distinguido anteriormente nomes como Marguerite Duras, Umberto Eco, António Lobo Antunes, Claudio Magris, Harold Pinter e Doris Lessing. Segundo o júri, a obra do espanhol «é uma obra narrativa de autêntica dimensão europeia, onde combina a reflexão sobre os abismos da natureza humana com o pensamento moral, a história e a política.»

Destacamos Javier Marías, a propósito de ter sido o grande vencedor do Prémio Austríaco de Literatura Europeia.

Bibliografia de Javier Marías

Karl Marx

«Os filósofos limitaram-se a interpretar o mundo de diversas maneiras; o que importa é modificá-lo.»

Karl Marx

Karl Marx

Acerca dele se afirmou: «No século dezanove foi o pensador que teve, de longe, a influência mais directa, deliberada e poderosa sobre a Humanidade» (Isaiah Berlin).

O seu pensamento define-se essencialmente em oposição ao idealismo Hegeliano, embora dele retome a concepção dinâmica da realidade e os princípios da dialéctica, reinterpretando-os à luz de uma concepção materialista.

Defende que não é a consciência do homem que determina o seu ser, mas o seu ser social que determina a consciência. É a partir dessa premissa que constitui o sistema do materialismo histórico, segundo o qual os processos económicos estão na base de toda a evolução da humanidade.

A história das sociedades é encarada como um longo processo dialéctico em que as classes oprimidas, vítimas de relações de produção desiguais, se revoltam contra as classes dominantes, instaurando uma nova ordem económica. A luta de classes percorre, portanto, todo o devir da humanidade, desde a antiguidade.

Debruçou-se em particular sobre a formação e a essência do capitalismo considerando que este se fundamenta numa apropriação indevida da mais-valia gerada pelo trabalho numa lógica de acumulação e concentração de riqueza que deixa completamente de lado a função social do trabalho e reduz o proletariado a um estado de alienação em que o trabalho deixa de ser um factor de realização pessoal. A religião, que classifica como «ópio do povo», associa-se a esse processo de alienação, prometendo aos proletários uma satisfação extra mundana em troca da sua submissão à ordem estabelecida. (via @Infopédia)

Falamos de Karl Marx, quando passam 128 anos da sua morte.

Bibliografia de Karl Marx


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