Não cantes o meu nome em pleno dia
«Não cantes o meu nome em pleno dia
não movas os seus ásperos motivos
sob a luz dolorosa sob o som
da alegria
Não movas o meu nome sob as tuas
mãos molhadas do choro doutros dias
não retenhas as sílabas caídas
do meu nome da tua boca extinta
Não cantes o meu nome a primavera
já o ameaça hoje principia
a vida do meu nome não o cantcs
com a tua alegria»

Gastão Cruz
Como poeta, o seu nome aparece inicialmente ligado à publicação colectiva Poesia 61 (que reuniu Gastão Cruz, Casimiro de Brito, Fiama Hasse Pais Brandão, Luiza Neto Jorge e Maria Teresa Horta), uma das principais contribuições para a renovação da linguagem poética portuguesa na década de 60. Como crítico literário, coordenou a revista “Outubro” e colaborou em vários jornais e revistas ao longo dos anos sessenta – “Seara Nova”, “O Tempo e o Modo” ou “Os Cadernos do Meio-Dia” (publicados sob a direcção de Casimiro de Brito e António Ramos Rosa).
Ligado ao teatro, foi um dos fundadores do Grupo de Teatro Hoje (1976-1977), para o qual encenou peças de Crommelynck, Strindberg, Camus, Tchekov ou uma adaptação sua de “Uma Abelha na Chuva” (1977), de Carlos de Oliveira. Algumas delas foram, pela primeira vez, traduzidas para português pelo poeta.
O seu percurso literário inclui ainda a tradução de nomes como William Blake, Jean Cocteau, Jude Stéfan e Shakespeare.
A sua obra “Rua de Portugal” recebeu o Grande Prémio de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores, em 2004. Em 2009, “A Moeda do Tempo” mereceu o Prémio “Correntes d’Escritas”.
Damos os parabéns a Gastão Cruz no seu 70.º aniversário.
Bibliografia de Gastão Cruz
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