“…E não há melhor resposta
que o espetáculo da vida:
vê-la desfiar seu fio,
que também se chama vida,
ver a fábrica que ela mesma,
teimosamente, se fabrica,
vê-la brotar como há pouco
em nova vida explodida;
mesmo quando é assim pequena
a explosão, como a ocorrida;
mesmo quando é uma explosão
como a de há pouco, franzina;
mesmo quando é a explosão
de uma vida severina.”(in “Morte e Vida Severina”)
Destacamos hoje, aos onze anos da sua morte, um diplomata brasileiro, mas que foi, sobretudo, um grande poeta, que inaugurou um novo modo de fazer poesia na literatura brasileira e que “levou a crítica a ver na sua obra uma ‘ruptura com o lirismo’ ou a considerar a sua expressão poética como ‘antilírica'”. Quando morreu, em 1999, aos 79 anos, especulava-se que era um forte candidato ao Prémio Nobel de Literatura.
0 Responses to “João Cabral de Melo Neto”