“É mais fácil ter ciúmes de um amigo feliz, do que ser generoso para um amigo que esteja na desgraça. (…) Creio que a amizade é mais difícil e mais rara do que o amor. Por isso, há que salvá-la a todo o custo.”
(Alberto Moravia)
Perseguido pelo regime fascista de Mussolini e, depois, condenado pelo Vaticano, tinha obtido a consagração com a publicação, em 1929, de “Os Indiferentes”, mas as suas obras-primas são “O Conformista” (1951) e “O Desprezo” (1954).
O seu interesse pela literatura nasce no período em que é hospitalizado para se tratar de tuberculose e, desde cedo, começou a colaborar como cronista em jornais e revistas italianos. Tendo tido que se refugiar no anonimato como guionista, durante o regime de Mussolini, acabou por se inserir no mundo do cinema e alguns dos seus melhores livros foram convertidos à “sétima arte”, por realizadores tão notáveis como Jean-Luc Godard ou Bernardo Bertolucci.
Sabe-se agora que, em 1958, terá perdido o Prémio Nobel da Literatura por causa duma jogada de lobby da CIA, em plena Guerra Fria, junto da Academia Sueca, para contrariar a União Soviética. Nesse ano, o Prémio foi entregue a Borís Pasternak, um escritor russo dissidente político, pela obra Doctor Zhivago, impressa e publicada à última hora no Ocidente, depois de banida no seu país de origem.
Celebramos hoje, no 103.º aniversário do seu nascimento, um incontornável e controverso autor italiano, que “tem sido lembrado como uma das mais completas e complexas figuras literárias do século passado. Ficcionista acima de tudo, sem dúvida, mas também intelectual participante, testemunha da luta antifascista no seu país e homem que praticou o diálogo permanente entre a literatura e o cinema.” (Luiz Zanin).
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