«Os romances serão gerados pelo leitor. Uma pessoa não só carregará num botão que lhe dará um romance adequado aos seus gostos, necessidades e estados de espírito particulares, como também poderá projectar o seu próprio romance, muito possivelmente tendo-se a si mesma como personagem principal. O mundo está a ficar cada vez mais personalizado, modificado segundo as especificações individuais. Este contexto redutor mudará necessariamente a linguagem que as pessoas falam, escrevem e lêem.»
(DeLillo, a propósito do efeito da Tecnologia na Literatura)
Filho de uma família de imigrantes católicos italianos, nasceu no bairro nova-iorquino do Bronx e na sua casa coabitavam onze pessoas, pelo que, como conta, passava todo o tempo na rua e sempre sonhava ser um locutor de basebol. Começou a interessar-se pela escrita enquanto desempenhava um trabalho de vigilante de um parque de estacionamento e, depois de estudar Artes de Comunicação, na Universidade de Fordham, daquele mesmo bairro, trabalhou como publicitário, porque não conseguiu emprego na edição.
Foi o romance “White Noise” (“Ruído Branco”), publicado em 1985, que lhe trouxe o reconhecimento público e o que é considerado o seu melhor livro, “Underworld” (“Submundo”), foi finalista dos prémios Pulitzer e do National Book Award e, em 2006, considerado um dos três melhores romances dos últimos vinte e cinco anos pela New York Times Book Review. Ganhou ainda os prémios National Book Award, PEN/Faulkner Award e Jerusalem Prize.
Os seus romances abordam temas tão diversos como a televisão, a guerra nuclear, o desporto, as complexidades da linguagem, arte performativa, a Guerra Fria, a matemática, ou o advento da era digital e do terrorismo global. Lamenta ter-se iniciado como escritor muito tarde, mas reconhece que não tinha atingido antes a maturidade necessária para passar ao papel as histórias que tinha na cabeça. Destacamos hoje este autor norte-americano, quando cumpre 75 anos.
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