Loucos e Santos
“Escolho os meus amigos, não pela cor da pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila dos olhos.
Tem que ter um brilho questionador e uma tonalidade inquietante.
A mim não interessam os bons de espíritos, nem os maus de hábitos.
Fico com os que fazem de mim louco e santo.
Deles não quero respostas, quero o meu avesso.
Que me tragam dúvidas e angústias e aguentem o que há de pior em mim.
Para isto, só sendo louco.
Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.
Escolho os meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta.
Não quero só ombros e o colo, quero também sua maior alegria.
Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto.
Meus amigos são todos assim, metade maluquice, metade seriedade.
Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.
Quero amigos sérios que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, que e lutem para que a fantasia não desapareça.
Não quero amigos adultos nem chatos.
Quero-os metade infância e outra metade velhice!
Crianças para que não esqueçam o valor do vento no nosso rosto; e velhos para que nunca tenham pressa.
Tenho amigos para saber quem sou.
Pois vendo os loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos nunca me esquecerei de que a ‘normalidade’ é uma ilusão imbecil e estéril…”
Celebramos hoje o 157.º aniversário do nascimento deste poeta, dramaturgo, novelista e ensaísta Irlandês, mestre em criar frases, marcadas por ironia, sarcasmo e cinismo. Para além de ter levado uma vida excêntrica e mundana, marcada pela controvérsia e humilhação, por episódios dramáticos e, no final, pela miséria, deixou uma obra incontornável, expoente máximo da literatura inglesa no período vitoriano, quer na poesia, ou no teatro, como em novelas, ou contos infantis.
O seu único romance, “O Retrato de Dorian Gray”, considerado por muitos como uma obra-prima da literatura inglesa e várias vezes convertido ao cinema, causou polémica, na altura, sendo considerado imoral pela sociedade vitoriana de mentalidade puritana e valores rígidos, mas tornou-se um símbolo da juventude intelectual “decadente” da época e das suas críticas à cultura dominante e algumas partes do livro foram mesmo usadas contra o autor, no processo judicial que o condenou a dois de prisão com trabalhos forçados.
Que tal na vossa secção “quem somos e o que fazemos” acrescentarem as informações “somos ignorantes e enganamos as pessoas”? É que chamar-se “sítio do livro” e publicar um texto do Marcos Lara Rezende atribuindo-o a Oscar Wilde é mesmo de quem não conhece os livros do Wilde…
GostarGostar
Pode me indicar o livro de Marco Lara que, tenha este poema, entre outros o ano da edição e em que momento passou a ser dito como dele. Boa noite.
O caso é que você faz uma afirmação critica e não informa os dados ue a comprovem.
GostarGostar