SEM QUE SOUBESSES
«Falei de ti com as palavras mais limpas,
viajei, sem que soubesses, no teu interior.
Fiz-me degrau para pisares, mesa para comeres,
tropeçavas em mim e eu era uma sombra
ali posta para não reparares em mim.Andei pelas praças anunciando o teu nome,
chamei-te barco, flor, incêndio, madrugada.
Em tudo o mais usei da parcimónia
a que me forçava aquele ardor exclusivo.Hoje os versos são para entenderes.
Reparto contigo um óleo inesgotável
que trouxe escondido aceso na minha lâmpada
brilhando, sem que soubesses, por tudo o que fazias.»
Foi um brilhante tradutor, tendo vertido para língua portuguesa obras de Pablo Neruda e Gabriel García Márquez, entre outros. O seu nome nunca será esquecido no mundo do jornalismo, tendo trabalhado no Jornal de Letras, Artes e Ideias, Diário de Lisboa e República. As suas principais obras de poesia são ”Cuidar dos Vivos”, ”Memória do Contencioso” e ”A Musa Irregular”. Em prosa, deixou-nos obras como ”Walt” e ”Trabalhos e Paixões de Benito Prada”, ”Galego da Província de Ourense que Veio a Portugal Ganhar a Vida”.
No dia em que faria 74 anos, relembramos Fernando Assis Pacheco.
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