‘A relação de Virgílio e Dulce continha, desde a génese, um projecto de tristeza. De outra maneira: o seu amor possuía em si um pigmento desagregador inato, fatal e profundo, um desgaste intrínseco e congénito. Algo que não era devido ao tempo nem à acumulação das contrariedades, mas fazia parte do código genético desse amor. Uma bomba ao retardador que, minuto a minuto, se ia libertando da sua amnésia. E até no início da paixão, quando esta não tivera tempo para esmorecer ainda, nem interrogar-se demasiado a si mesma, já existiam momentos metafísicos em que um ou outro davam por si a querer saber: «Mas que faço eu aqui?».’ (Gil Duarte, autor do livro ‘Nada mais e o ciúme’)
Esta é a primeira auto-publicação de Gil Duarte, através do Sítio do Livro. O autor é um misto de pseudónimo e de heterónimo de um romancista, contista, poeta, ensaísta e crítico cuja identidade secreta só raramente se revela; sabe-se, no entanto, que se trata de um homem de certa idade (como todos os homens), de origem moçambicana, que se dedica ao estudo e ao ensino da filosofia.. Uma das proezas mais espantosas do seu currículo como escritor consiste em nunca ter ganho qualquer prémio literário. Poderia pois, e legitimamente, perguntar-se o que vale um tal escritor: desta vez, terá de ser o leitor a decidir. E sozinho. Nada Mais e o Ciúme é o seu quinto romance: nenhum dos outros quatro se encontra publicado.
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