Arquivo de Novembro, 2010



Hegel

«Ser independente da opinião pública é a primeira condição formal para realizar qualquer coisa grandiosa ou racional, tanto na vida como na ciência. Com o tempo, este feito será seguramente reconhecido pela opinião pública, que na altura conveniente o transformará em mais um dos seus preconceitos.»

(Georg Hegel, in “Filosofia do Direito”)

Hegel

No dia em que passam 179 anos da sua morte, relembramos um grande filósofo alemão, criador da célebre “dialéctica hegeliana” e que, tendo sido contemporâneo da Revolução Francesa e da época Napoleónica, nos deixou uma obra muito marcada por essas experiências, no entanto muito difícil de entender, não só pela sua abrangência temática, como pela complexidade da forma escrita.

As suas teses influenciaram determinantemente, mas de modo controverso, o pensamento das gerações futuras de filósofos e ideólogos, designadamente o Marxismo. Começando por ser seminarista em Tübingen, dedicou toda a sua vida ao exercício académico, tendo a maior parte dos livros da sua autoria resultado da publicação póstuma das compilações dos apontamentos dos seus alunos, nas várias universidades onde leccionou, em especial na de Berlim, de que chegou a ser reitor.

Robert Louis Stevenson

‎«O homem de sucesso é o que viveu bem, riu muitas vezes e amou bastante; que conquistou o respeito dos homens inteligentes e o amor das crianças; que galgou uma posição respeitada e cumpriu suas tarefas; que deixou este mundo melhor do que encontrou, ao contribuir com uma flor mais bonita, um poema perfeito ou uma alma resgatada; que jamais deixou de apreciar a beleza do mundo ou falhou em expressá-la; que buscou o melhor nos outros e deu o melhor de si.»

(Robert Louis Stevenson)

Robert Louis Stevenson

Celebrámos hoje o 160.º aniversário do nascimento deste famoso escritor escocês, que, para “fugir” à doença da tuberculose que o atormentou quase toda a sua vida, experimentou viver em diversos locais do Mundo, desde a Suiça, à França e finalmente a Samoa (Polinésia), por cujo ambiente natural se apaixonou e onde veio a morrer prematuramente, em 1894, aos 44 anos.

Começou a sua vida pela engenharia, pressionado pelo pai, carreira que acabaria por nunca exercer, tendo vindo a licenciar-se em Direito, em Londres e “refugiou-se” então na Califórnia, para poder levar a cabo um casamento rejeitado pela sua família. Foi poeta, ensaísta e autor de romances e livros de viagens, mas o livro que o imortalizou foi “A Ilha do Tesouro”, publicado em 1883.

Roland Barthes

«É a linguagem, em todos os níveis (da frase ao discurso) e através das diversas formas (artes, literaturas, sistemas), que sempre me tem interessado, que eu sempre tenho desejado.»

Roland Barthes

Linguista, semiólogo e crítico, figura destacada do movimento estruturalista, classificou o seu próprio trabalho como o de um «ser da linguagem». Afirmava que o escritor não tem passado, pois nasce com o texto e que “a morte do autor é o nascimento do leitor.”

Inspirado na linguística de Saussure e Bloomfield, em diversos livros tenta demonstrar a pluralidade significativa de um texto literário e a sobrevalorização do texto em vez do signo. No dia em que faria 95 anos, relebramos Roland Barthes.

Noah Gordon

Noah Gordon

O ”Rabi”, escrito em 1965, ficou na lista dos mais vendidos do New York Times durante 26 semanas, transformando-se num best-seller internacional. Desde então, só vem acumulando prémios e leitores. Utilizando a fascinante arte de historiador e ficcionista consagrado, é autor da famosa trilogia ”O Físico”, ”Xamã” e ”A Escolha da Dra. Cole”.

Os seus romances falam sobre história da medicina, ética médica e, mais recentemente, começou a focar-se em temas relacionados com a Inquisição e a herança cultural judia. Falamos de Noah Gordon no dia em que celebra o seu 84.º aniversário.

Norman Mailer

Norman Mailer

Romancista, ensaísta e dramaturgo, escreveu sobre boxe, dialética, drogas, existencialismo, fascismo, sexo, pacifismo, violência, cancro e guerra, paranóia e política, tecnologia e totalitarismo. Tem a carreira literária mais variada, controversa e brilhante do panorama literário nos Estados Unidos. É autor de mais de trinta títulos, entre os quais ”Os Exércitos da Noite”, pelo qual obteve um National Book Award e um Pulitzer, e ”O Canto do Carrasco”, que o distinguiu com um segundo Pulitzer.

Personagem polémica e controvertida, odiado pelas feministas, foi um inestimável provocador, que jamais se cansou de defender os princípios liberais e de olhar os seus contemporâneos com amargura. Relembramos Norman Mailer, três anos após a sua morte.

 

Imre Kertész

Imre Kertész

Foi galardoado com o Nobel de Literatura em 2002, “por uma escrita que confirma a frágil experiência do indivíduo face à arbitrariedade bárbara da história”.

Dedicou-se à escrita e à tradução para húngaro de autores alemães como Nietzsche, Hofmannsthal, Schnitzler, Freud e Wittgenstein, entre outros, o que influenciou fortemente a sua escrita. Escreveu ainda musicais e teatro de diversão. Durante cerca de 10 anos trabalhou no livro, ”Sem Destino”, o seu primeiro romance e aquele que viria a tornar-se a sua obra-prima. Falamos de Imre Kertész, no dia em que celebra o seu 81.º aniversário.

Bram Stoker

Bram Stoker

Foi um escritor irlandês que, em 1897, publica a obra que incluiria o seu nome definitivamente na literatura mundial: ”Drácula”. O romance aborda a trajectória do diabólico Conde Drácula, da Transilvânia à Inglaterra, pautado ainda por personagens célebres como Jonathan Harker e Abraham Van Helsing. Nunca mais Stoker escreveria uma obra tão importante como ”Drácula”. Aliás, a sua carreira literária entraria em decadência, apesar de ter produzido um grande número de textos.

Após a sua morte, a sua mulher, Florence Stoker, herdou os copyrights e deu permissão ao teatrólogo Hamilton Deane de transformar ”Drácula” numa peça de teatro, o que daria grande fama ao texto de Stoker, precedendo o seu futuro sucesso nas telas do cinema, meio este que transformou ”Drácula” num dos mais famosos e conhecidos personagens do século XX.

No 163.º aniversário do seu nascimento, recordamos Bram Stoker.

 

Albert Camus

‎”Sem a cultura, e a liberdade relativa que ela pressupõe, a sociedade, por mais perfeita que seja, não passa de uma selva. É por isso que toda a criação autêntica é um dom para o futuro.”

Albert Camus

Relembramos hoje, ao passarem 97 anos do seu nascimento, um dos escritores que mais marcou a sua geração e o pensamento europeu do Século XX. Susan Sontag disse dele que “a sua obra, vista unicamente como realização literária, não é suficientemente grande para suportar o peso da admiração que os leitores lhe querem tributar (…) e que o juízo que se faz de Camus é simultaneamente pessoal, moral e literário”. Sontag reconheceu ainda que “Camus foi amado como poucos escritores e que a sua morte foi sentida como uma perda pessoal por todo o mundo literário”.

Autor de livros tão famosos como, “O Estrangeiro”, “A Peste”, ou “A Queda”, ganhou o Nobel da literatura de 1957, tendo a Academia Sueca distinguido-o “pela sua importante produção literária, a qual, com clarividente seriedade, elucida os problemas da consciência humana nos nossos tempos”.

Veio a falecer prematuramente, aos 47 anos, num acidente rodoviário, em circunstâncias muito fortuitas, uma vez que trocou de trajecto à última hora, desistindo de fazer a viagem de comboio, conforme estava previsto.

Robert Musil

“Não há nenhum pensamento importante que a burrice não saiba usar, ela é móvel para todos os lados e pode vestir todos os trajes da verdade. A verdade, porém, tem apenas um vestido de cada vez e só um caminho, e está sempre em desvantagem.”

(Robert Musil, in “O Homem sem Qualidades”)

Robert Musil

Os seus romances surgem sempre nas listas dos 100 melhores livros de sempre. O mais notório e que lhe valeu o Prémio Goethe, em 1933, “O Homem sem Qualidades”, de que o 2.º volume foi publicado já postumamente, é considerado uma das obras literárias mais importantes do século XX e ficou inacabado, após 15 anos de trabalho na sua redacção, até ao dia em que morreu, a 15 de Abril de 1942. “(…) O romance constitui um vigoroso painel da existência burguesa no início do século XX e antecipa, de certa forma, as crises que a Europa viveria na segunda metade daquele mesmo século. A obra é, em suma, o retrato ficcional apurado de um mundo em decadência.” (Marcelo Backes)

Descrito como frio, distante, pouco comunicativo e impiedoso, todos os seus livros foram proibidos pelo III Reich de Adolf Hitler. Destacámos este notável escritor, no 130.º aniversário do seu nascimento.

Bernard-Henri Lévy

‎”É urgente lembrar ao regime iraniano as promessas que fez em 2002 e 2008 [para suprimir castigos como a lapidação ou as chicotadas]. Está em jogo a vida de uma mulher. E também a liberdade e a dignidade de centenas de outras. E ainda a honra de um grande país, dotado de uma cultura magnífica. O povo iraniano merece melhor.”

Bernard-Henri Lévy

É um filósofo e escritor francês, para além de director de teatro e cineasta, empresário e editor de revistas e jornais e é uma personalidade conhecida na cena pública francesa e internacional. Tornou-se popular pelas suas opiniões moralistas, sendo reconhecido como um filósofo, político e crítico social, especialmente do marxismo. Um dos seus livros de maior sucesso é ”O século de Sartre” (Le siècle de Sartre). Destacámos Bernard-Henri Lévy, no dia em que celebra o seu 62.º aniversário.

Judith Herzberg

«A noite deixou-me outra vez transtornada
lentamente a manhã se enche
de palavras que eu sei de certeza que significavam alguma coisa, mas o quê?
que ontem significavam alguma coisa.

Andar é balançar sobre os pés,
vejo na rua os seres de sangue quente
que tiveram também a inexplicável coragem
de se levantarem
em vez de ficarem deitados.

Nunca ninguém tem a certeza de nada,
de ser amado, de ser abandonado
tudo é possível e tudo é permitido
tudo sucede em alternância.

Agora me lembro o que queria dizer:
enquanto isso não trouxer infelicidade
é uma sensação agradável. Mas no fundo
somos doces como Turkish Delight
numa lata cheia de pregos.»

Judith Herzberg

É uma das vozes mais representativas da poesia contemporânea europeia, contando com inúmeros prémios e traduções em vários idiomas. Tem, desde os anos 70, vindo a publicar peças de teatro, ensaios, argumentos cinematográficos, peças para a televisão e muitas traduções. No dia em que celebra o seu 76.º aniversário, destacamos Judith Herzberg.

André Malraux

«A cultura, sob todas as formas de arte, de amor e de pensamento, através dos séculos, capacitou o homem a ser menos escravizado.»

André Malraux

Foi além de um grande escritor, um grande pensador da época, tanto que Hannah Arendt, num ensaio sobre as contribuições europeias contemporâneas para a filosofia politica, discute a sua obra. Foi amigo pessoal de Camus, assim como de Charles De Gaulle. Participou activamente na resistência francesa durante a ocupação nazista na Segunda Guerra Mundial. No 109.º aniversário do seu nascimento, destacamos André Malraux.

Teixeira de Pascoaes

«Que saudades eu sinto desta flor,
Que vai murchar! E desta gota de água e de esplendor,
Um pequenino mundo que é só mar.
E desta imagem que por mim passou
Misteriosamente.
E desta folha pálida e tremente
Que tombou…
Da voz do vento que me deixa mudo,
E deste meu espanto de criança.
Que saudades de tudo eu sinto, porque tudo
É feito de lembrança… »

in Versos Pobres (1949)

Teixeira de Pascoaes

Poeta e ensaísta, integrado no movimento cívico e cultural portuense “Renascença Portuguesa”, e co-fundador de ”A Águia”, em 1911. Foi um dos principais teorizadores do Saudosismo, movimento literário, religioso e filosófico de autoconhecimento e reconstrução nacional, desencadeado pela convulsão política e social de 1910. Em ”A Vida Portuguesa”, a Saudade é definida como “o próprio sangue espiritual da Raça, o seu estigma divino, o seu perfil eterno”.

Em Portugal, a sua obra é lida com entusiasmo e admiração pela elite intelectual da época, desde Pessoa a Sá-Carneiro, Mário Cesariny e Alexandre O’Neill, António Maria Lisboa e Eugénio de Andrade, Pedro Oom e Mário Henrique Leiria. Durante este período muitas das obras de Pascoaes são dadas a conhecer a leitores estrangeiros, tornando-se o escritor português mais traduzido e sendo louvado por escritores como García Lorca e Unamuno.

No 133.º aniversário do seu nascimento, destacamos Teixeira de Pascoaes.

Jacques Attali

“Ao contrário do devedor privado, o soberano [o Estado] não arrisca quase nada quando não cumpre os seus compromissos; com efeito, enquanto um devedor privado que entre em falta pode ser privado de todos os seus bens, um devedor público que entre em falta não pode, de maneira geral, ser privado de nenhum dos seus bens fundamentais: nem do território, nem dos activos físicos, nem da liberdade, porque é o soberano. (…) Competirá então principalmente aos eleitores não permitirem que o poder soberano caia nas mãos daqueles que pensam e agem como se não tivessem de prestar contas dos seus actos às gerações futuras. (…) Com a crise global, descobre-se que a parte do mundo que era considerada rica está em dívida com a outra parte do mundo, a que era considerada pobre. (…) Os bancos ocidentais deixaram de estar em condições de emprestar dinheiro, porque também estes procuram intensamente reduzir as próprias dívidas; e os soberanos deixaram de estar em condições de agir, porque não podem aumentar as suas dívidas. O Ocidente transformou-se no fantasma de si próprio.”

Jacques Attali

Transcrevemos um excerto da introdução do último livro do autor que hoje destacamos, quando completa 67 anos. Conhecido economista, engenheiro e sociólogo francês, ex conselheiro presidencial e presidente do BERD, é famoso pelas suas crónicas e pelos seus livros controversos, desconcertantes e visionários, mas também pelos seus romances, biografias e, mesmo, livros infantis ou até como músico. Foi já considerado um dos pensadores mais influentes no mundo actual (Magazine Foreign Policy).


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