O Que é Escrever?
«Escrever é isto: comover para desconvocar a angústia e aligeirar o medo, que é sempre experimentado nos povos como uma infusão de laboratório, cada vez mais sofisticada. Eu penso que o escritor com maior sucesso (não de livraria, mas de indignação social profunda) é aquele que protege os homens do medo: por audácia, delírio, fantasia, piedade ou desfiguração. Mas porque a poética precisão de dum acto humano não corresponde totalmente à sua evidência. Ama-se a palavra, usa-se a escrita, despertam-se as coisas do silêncio em que foram criadas. Depois de tudo, escrever é um pouco corrigir a fortuna, que é cega, com um júbilo da Natureza, que é precavida.»
É uma das mais geniais escritoras portuguesas do século XX. Estreou-se em 1948 com a novela “Mundo Fechado e tem mantido um ritmo de publicação pouco usual nas letras portuguesas. “Tem um lado torrencial da escrita, genial, por vezes assustador”, afirma o jornalista Pedro Mexia. Em 1954, com o romance “A Sibila”, impõe-se como uma das vozes mais importantes da ficção portuguesa contemporânea. Aos 81 anos recebeu o Prémio Camões, o mais importante galardão literário da língua portuguesa.
Vários dos seus romances foram já adaptados ao cinema pelo realizador Manoel de Oliveira, de quem é amiga e com quem tem trabalhado de perto. É o caso de “Fanny Owen” (“Francisca”), “Vale Abraão” e “As Terras do Risco” (“O Convento”), para além de “Party”, cujos diálogos foram igualmente escritos pela escritora. É também autora de peças de teatro e guiões para televisão. O seu romance “As Fúrias” foi adaptado para teatro e encenado por Filipe La Féria.
No dia em que festeja o seu 88.º aniversário, destacamos e damos os parabéns a Agustina Bessa-Luís.
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