O Fim do Amor Trágico e Romântico?
«Vivemos, de facto, numa época em que a noção de amor trágico e romântico, que herdámos do século dezanove, se tornou inactual, embora continue ainda a ser vivida por muitos – e até com o carácter de construção moral e estética – essa relação extremamente apaixonada, exigente e exclusiva. A reclamação da liberdade erótica não me parece que de algum modo tenda a degradar a vida, conquanto possa dessublimizá-la e do mesmo passo desmistificá-la, precisamente no propósito de a tornar mais lúcida e mais generosa. Afigura-se-me que na contestação de todas as prepotências firmadas em preconceitos, em princípios estabelecidos apriorísticamente, há sempre um nexo muito íntimo entre a reinvindicação da liberdade erótica, da liberdade no trabalho e da liberdade política. E, naturalmente, quando se dá uma explosão desta espécie, é como uma pedra que rola e que vai agregando uma série de materiais e descobrindo a sua própria composição até às zonas mais profundas da sua estrutura.»
(Urbano Tavares Rodrigues, in “Ensaios de Escreviver“)
Catedrático jubilado da Faculdade de Letras de Lisboa, membro da Academia das Ciências, tem uma obra literária e ensaística vasta que se encontra traduzida em várias línguas.
De entre os seus maiores êxitos de crítica e de público, lembramos “A Noite Roxa”, “Bastardos do Sol”, “Os Insubmissos”, “Imitação da Felicidade”, “Fuga Imóvel”, “Violeta e a Noite”, “O Supremo Interdito”, “Nunca Diremos Quem Sois”, “A Estação Dourada”.
Já foi distinguido com vários galardões literários como, Ricardo Malheiros, Aquilino Ribeiro e Fernando Namora, Prémio da Associação Internacional de Críticos Literários, Prémio da Imprensa Cultural, Prémio Vida Literária – atribuído pela Associação Portuguesa de Escritores, O Grande Prémio de Conto Camilo Castelo Branco.
Destacamos Urbano Tavares Rodrigues, quando festeja o seu 88.º aniversário.
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