Aceitarás o amor como eu o encaro?…
“Aceitarás o amor como eu o encaro?…
…Azul bem leve, um nimbo, suavemente
Guarda-te a imagem, como um anteparo
Contra estes móveis de banal presente.Tudo o que há de melhor e de mais raro
Vive em teu corpo nu de adolescente,
A perna assim jogada e o braço, o claro
Olhar preso no meu, perdidamente.Não exijas mais nada. Não desejo
Também mais nada, só te olhar, enquanto
A realidade é simples, e isto apenas.Que grandeza… a evasão total do pejo
Que nasce das imperfeições. O encanto
Que nasce das adorações serenas.”
Disse de si mesmo, “escrevo sem pensar, tudo o que o meu inconsciente grita. Penso depois: não só para corrigir, mas para justificar o que escrevi.” Foi poeta, romancista, crítico de arte, musicólogo, fotógrafo, historiador e ensaísta e é considerado um dos criadores do modernismo no Brasil.
Começou a sua carreira artística na música e exerceu uma influência enorme na literatura moderna brasileira, tendo praticamente criado a poesia moderna deste país, com a publicação do seu livro “Paulicéia Desvairada”, em 1922.
As suas fotografias e os seus ensaios, que cobriam uma ampla variedade de assuntos, da história, à literatura e à música, foram amplamente divulgados na imprensa da época. Recordámos este marcante escritor brasileiro, na data em que passam 118 anos do seu nascimento.







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