A Mão que a Seu Amigo Hesita em Dar-se
“Perguntaste se eu amo o meu amigo?
como rompendo um demorado açude
na tua voz quis hausto que transmude
todo o cristal dos ímpetos consigoNeste meu choro enevoado abrigo
pôs-me a palavra o peito em alaúde
que uma doce pergunta tua ajude
no sim furtivo que eu levei comigoMas a meu lábio lento em confessar-se
um mestre inda melhor o cunharia
A mão que a seu amigo hesita em dar-seele a tomou o que mais firme a guia
para que ao coração secreto amando
ao mundo todo em rimas o vá dando.”
(Walter Benjamin, in “Sonetos”,
tradução de Vasco Graça Moura)
Foi ensaísta, crítico de literatura, tradutor, filósofo e sociólogo da cultura, sendo um dos membros mais importantes da Escola de Frankfurt. Influenciado por doutrinas aparentemente díspares, como o materialismo marxista, o idealismo de Hegel e a mística judaica de Gershom Scholem.
Ainda adolescente, simpatizava com o socialismo, integrando o Movimento da Juventude Livre Alemã e escrevendo para a publicação deste grupo. É possível perceber então uma certa inspiração nietzscheana no jovem Benjamin.
Em 1934, foge para a Itália, onde permanece por um ano, tentando fugir da ascensão do Nazismo na Alemanha. Em 1940, na margem espanhola da fronteira entre França e Espanha, tentando atravessar os Pireneus, possivelmente com medo de ser capturado pelos nazis, proibido de seguir adiante, acaba por se suicidar.
Relembramos Walter Benjamin, quando passam 71 anos da sua morte.
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