“As recordações excitam-no, fazem-lhe subir o sangue mais depressa à cabeça, como se para lá se tivesse mudado o coração. Assim foi, assim foi, porém hoje D. Afonso já não reina em Portugal e as bestas-feras jazem na masmorra à minha mercê e haverá de novo justiça, porque um rei-fantasma a fará, sobre grandes e pequenos, ricos e pobres. Sobre os vivos e também os mortos. Roubaram-te de mim, Inês, mas não sabiam que assim mesmo te punham para sempre em mim. Para sempre, até ao fim do mundo.”
(in “Inês de Portugal”)
Escreveu mais de duas dezenas de romances e criou duas séries de televisão destinadas ao público mais jovem, “Sebastião e os Mundos Secretos” e o “Bando dos Quatro”, no qual ele próprio figura na personagem do Tio João. Foi um dos cultores em Portugal do chamado romance histórico, com “A Voz dos Deuses”, publicado em 1984.
Frequentou em Lisboa os cursos superiores de Direito e Filosofia, mas foi em Bruxelas que se licenciou em Jornalismo. Começou pela RTP, onde também coordenou uma série da Rua Sésamo, e passou depois por jornais como “Diário de Notícias”, “A Luta”, “O País”. Dizia-se um “monárquico não tradicionalista”, justificava-o “por uma questão pragmática”. O último romance que publicou, “O Priorado do Cifrão”, era uma “charge” ao mundo criado por Dan Brown. (fonte: publico.pt)
Um ano após do seu desaparecimento, recordamos João Aguiar.
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