«Existe uma lenda acerca de um pássaro que só canta uma vez na vida, com mais suavidade que qualquer outra criatura sobre a Terra. A partir do momento em que deixa o ninho, começa a procurar um espinheiro, e só descansa quando o encontra. Depois, cantando entre os galhos selvagens, empala-se no acúleo mais agudo e comprido. E, morrendo, sublima a própria agonia e solta um canto mais belo que o da cotovia e o do rouxinol. Um canto superlativo, cujo preço é a existência. Mas o mundo inteiro pára para ouvi-lo, e Deus sorri no céu. Pois o melhor só se adquire à custa de um grande sofrimento… Pelo menos é o que diz a lenda.
[…]
O pássaro com o espinho cravado no peito segue uma lei imutável; impelido por ela, não sabe o que é empalar-se, e morre cantando. No instante em que o espinho penetra, não há nele consciência do morrer futuro; limita-se a cantar e canta até que não lhe sobra vida para emitir uma única nota. Mas nós, quando enfiamos os espinhos no peito, nós sabemos, compreendemos. E assim mesmo fazemo-lo.»
(in “Pássaros Feridos”)
É hoje uma das 100 pessoas designadas como “Tesouros Nacionais Vivos” da Austrália.
Neurofisióloga, criou o Departamento de Neurofisiologia do Royal North Shore Hospital, em Sidney, trabalhando posteriormente em investigação e ensinando na Yale Medical School durante dez anos.
A sua carreira literária começou com a publicação de “Tim”, seguido de ”Pássaros Feridos”, um best-seller internacional que bateu todos os recordes. A história de Roma Antiga é retratada de uma forma excepcional ao longo dos seis volumes que compõem a obra “O Primeiro Homem de Roma”. Para além dos romances, escreveu também a letra das canções de um musical para teatro.
Em 2000 recebeu o Scanno, o mais importante prémio literário italiano, pela obra “A Canção de Tróia”. No dia em que celebra o seu 74.º aniversário, destacamos Colleen McCullough.
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