“O amor na juventude é um assunto insensível. Nessa idade, bebemos de sede, ou para nos embriagarmos; só mais tarde, nos ocupamos com a individualidade de nosso vinho.”
A escritora de origem dinamarquesa que hoje destacamos, no 126.º aniversário do seu nascimento e que veio a adoptar o pseudónimo de Isak Dinesen, ficou mundialmente famosa por ter escrito o romance “Out of Africa”, traduzido para português como “África Minha” e que originou o não menos famoso filme homónimo, (realizado por Sydney Pollack, com Meryl Streep, Robert Redford e Klaus Maria Brandauer nos papéis principais) e que é, em boa parte, autobiográfico.
Teve uma juventude privilegiada e uma educação sofisticada e ganhou a sua condição aristocrática pelo casamento de conveniência com um barão dinamarquês, de quem veio a divorciar-se mais tarde e que a levou a viver para o Quénia. Começou então a apaixonar-se por África, ao princípio, apenas por via do desporto de moda da elite social, os safaris, mas, depois, através da convivência com um homem que conheceu em Nairobi, Denys Finch Hatton, piloto de aviação e com quem viria a manter, naquele país, uma relação intensa, conturbada e trágica.
Atormentada pela Sífilis que herdara, possivelmente do seu pai, ou do marido, teve de abandonar o continente africano, fixando-se definitivamente no seu país de origem e vindo a morrer aos 77 anos, muito debilitada por uma úlcera gástrica.
Embora tenha redigido esporadicamente para jornais dinamarqueses, foi com “Gotic Tales” (1934) que realmente iniciou a sua carreira literária e muitos dos seus livros posteriores foram publicados simultaneamente em inglês e em dinamarquês. Nomeada por duas vezes para o Nobel da Literatura, não o ganhou provavelmente devido à sua impopularidade entre alguns membros da Academia Sueca.
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