Chaucer
«Quando Abril com suaves aguaceiros
sacia a sede de Março até às raízes…»
Com a tua voz no seu tom mais elevado, balançando no cimo de um escadote,
braços erguidos – para te equilibrares e
segurares as rédeas da esforçada atenção
daquela tua audiência imaginária – declamaste Chaucer
para um campo com vacas. E o céu da Primavera fez o resto,
com a roupa lavada a escoaçar, o verde-esmeralda
dos espinheiros, o espinheiro branco, o espinheiro negro,
tu com um daqueles copos de champanhe
a que tinhas deitado a mão na arrebatação do momento.
A tua voz voou pelos campos até Grantchester.
Deve ter soado a perdida. Mas as vacas
olharam, e aproximaram-se logo: elas apreciavam Chaucer.
E tu continuaste. (…)»
Considerado um dos maiores poetas da sua geração é, também, uma das figuras literárias mais controversas do seu tempo. Foi casado com a poetisa americana Sylvia Plath, que viria a suicidar-se em 1963, após a separação de ambos.
A sua escrita, que reflecte o seu sofrimento pessoal, as suas crenças místicas e as suas tradições bárdicas, caracteriza-se por uma agressividade verbal e pelo culto de uma natureza vazia, associada a um certo primitivismo. Em 1984, recebeu o título de Poeta Laureado e, a 16 de Outubro de 1998, a Ordem de Mérito.
Recordamos, 12 anos após a sua morte, Ted Hughes.







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