“Caim continua a ser a ‘esquerda’ e Abel a ‘direita’. São os agricultores contra os pastores. Abel é o agricultor que cuida muito dos seus frutos e a Bíblia diz que para serem oferecidos ao Senhor; e Caim é o nómada que cruza o mundo. Claro, sempre haverá mais revolução, mais inquietude, mais novidade, mais progresso, num homem errante e aventureiro, que no primeiro burguês, que é Abel.”
(Francisco Umbral)
Decorrem hoje 3 anos da morte de Francisco Umbral, prolífico escritor contemporâneo espanhol, uma das figuras mais relevantes das letras de Espanha das últimas décadas e distinguido com vários prémios literários, entre os quais, o “Cervantes” e o “Príncipe das Astúrias”. Também jornalista e cronista, era dono de uma forte personalidade e escrevia com uma linguagem própria e de grande vitalidade.
Dele se disse que era agressivo, mordaz, paradoxal, antipático, provocador e implacável. Chegou a confessar, numa entrevista, “que não se tinha tornado num assassino porque conseguiu dirigir a sua agressividade para a literatura”. Uma das suas obras mais marcantes é “Mortal e Rosa”, livro em que o escritor exibe a violência da dor sofrida com a morte do seu filho.







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